A proprietária de uma casa de alterne em Santarém, Maria da Conceição Manuel, foi constituída arguida na sequência de uma operação realizada na madrugada de sexta-feira pelo Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), no âmbito de uma investigação sobre lenocínio no Vale de Santarém.
A operação, denominada ‘Matertera’, envolveu cerca de três dezenas de inspetores e consistiu em várias buscas a casas e a um estabelecimento de diversão noturna, refere o SEF em comunicado hoje divulgado.
Segundo a Lusa, a mulher que foi constituída arguida, de nacionalidade portuguesa, terá obtido, ao longo de dezenas de anos, “avultados lucros indevidos com a exploração sexual de mulheres estrangeiras, cuja atividade de cariz sexual indicia ocorrências de tráfico de pessoas”, adianta o SEF.
A operação, que concluiu que cerca de metade das 50 mulheres estrangeiras identificadas estava ilegalmente em Portugal, permitiu ainda apreender vários documentos que “corroboram as suspeitas iniciais”, além de mais de 60 mil euros, provenientes da exploração sexual.
A empresária do Vale de Santarém, não terá conseguido explicar a procedência de mais de 60.000 euros que estava na sua posse. “Estou cansada. Dormi pouco e já ando há muitos anos nisto. Hoje a casa vai abrir como normalmente. Mas com mais calma vou pensar no meu futuro”, contou Maria da Conceição António, conhecida por Kikas.
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