O presidente da Câmara Municipal de Santarém, Ricardo Gonçalves, manifestou a sua decepção, afirmando que a decisão de construir um novo aeroporto na região de Lisboa no Campo de Tiro de Alcochete é a opção “mais onerosa e demorada”, exigindo uma década ou mais para ser concluída.

Embora reconhecendo a decisão do Governo, Gonçalves criticou a escolha, dizendo que Portugal opta muitas vezes pelas soluções mais caras e demoradas. Fez os seus comentários à Lusa.

Mais cedo, o primeiro-ministro Luís Montenegro anunciou que o Governo aprovou a construção de um novo aeroporto na região de Lisboa, na sequência da recomendação da Comissão Técnica Independente. O novo aeroporto, a chamar-se Aeroporto Luís de Camões, vai substituir o Aeroporto Humberto Delgado no Campo de Tiro de Alcochete.

O local escolhido, Campo de Tiro de Alcochete, situa-se nos concelhos de Benavente e Alcochete, perto de Lisboa. Gonçalves defendeu que esta decisão vai sobrecarregar os contribuintes, ao passo que a opção de Santarém teria sido mais vantajosa, alavancando as acessibilidades existentes e promovendo uma melhor coesão regional.

O autarca destacou que a opção de Santarém teve vários benefícios, entre os quais um modelo de financiamento privado e um prazo de construção mais curto de cinco a seis anos, face aos 10-12 anos exigidos para o projeto de Alcochete.

Gonçalves levantou ainda preocupações ambientais, citando a potencial destruição dos sobreiros e o impacto numa significativa reserva de água doce na zona de Alcochete. Alertou que estas questões ecológicas podem colocar desafios futuros à construção do aeroporto.

Em contrapartida, a localização de Santarém já conta com as infraestruturas necessárias instaladas, eliminando a necessidade de investimentos significativos em novas infraestruturas, acrescentou Gonçalves. Também o projeto Magellin 500, se manifestou desiludido com a escolha, já que a “opção Santarém” evitaria custos acrescidos de pontes , auto estradas e teria um prazo de execução menor, para não falar da redução de preço para os contribuintes.