
O co-fundador da Anthropic, Dario Amodei, lançou um alerta controverso sobre o futuro do trabalho na era da inteligência artificial. Em declarações à Axios, o bilionário do setor tecnológico prevê que ‘metade dos empregos executivos de nível inicial, poderão desaparecer “quase da noite para o dia”.
Amodei delineou um cenário em quatro fases onde empresas de Inteligência Artificial -IA desenvolvem modelos cada vez mais poderosos, enquanto governos e trabalhadores permanecem alheios ao perigo iminente. O resultado? Uma substituição em massa de trabalhadores por sistemas de IA, com o público a perceber apenas quando for “tarde demais”.
O paradoxo apresentado é perturbador: um mundo onde o cancro é curado e a economia cresce 10% ao ano, mas onde 20% da população estará desempregada.
No entanto, há críticos que questionam a narrativa de Amodei. Por que razão o líder de uma empresa avaliada em 30-40 mil milhões de dólares continua a desenvolver tecnologia que considera uma “ameaça aterrorizante”?
Depois desta “previsão preocupante, alguns investigadores sérios em ciência da computação discordam que a IA de nível humano esteja próxima, apontando para problemas crescentes como alucinações e erros nos modelos atuais.
A ironia é evidente: enquanto Amodei alerta sobre os perigos da IA, são precisamente líderes tecnológicos como ele que promovem cenários apocalípticos,influenciando reguladores a permitir que as empresas de tecnologia se autorregulem. Entretanto, as demissões atuais parecem ser mais motivadas pelo “hype em torno da IA” do que pelas capacidades reais da tecnologia.
Aida Vaz (texto)
Imagem com recurso a IA