Franciso Colaço, candidato do BE à presidência da Câmara do Cartaxo nas eleições de 2021. Tem 63 anos e escreveu nas redes sociais o seguinte comentário: ” Conservatória do Registo Civil do Cartaxo com atitude discriminatória para comigo e minha companheira. Racista, intrusiva da vida pessoal, criou problemas e humilha quem quer marcar data de casamento pelo facto de uma das pessoas ser brasileira e, portanto, suspeição total e absoluta sobre tais intenções. Quem não tem formação pessoal, cívica e está a comportar-se ao arrepio das leis e da Constituição da República Portuguesa não tem condições para um desempenho numa função pública de tal responsabilidade.
Necessitamos de apoio de quem possa apoiar para levar esta denúncia e humilhação até às últimas consequências, para que mais ninguém, neste país, sofra de tais ofensas e humilhações, só porque não é portuguesa ou porque é brasileira.
Uma reparação publica à publica humilhação, torna-se necessária, pela Conservatória do Registo Civil do Cartaxo.

O incidente ocorreu quando Francisco Colaço e Kiara Leite, uma brasileira cerca de 25 anos mais nova, recorreram aos serviços públicos para obter informações sobre o seu futuro casamento.
“A conversa decorreu em voz alta numa sala repleta de pessoas”, explicou Francisco Collazo, acrescentando:
“Dadas as suspeitas expressadas pelo atendimento, todos pensaram que o casal era idoso.
“Isto é inaceitável num país onde o Estado de direito governa e a nossa dignidade é profundamente violada e insultada”, acrescentou o antigo funcionário eleito da cidade.
Colaço adiantou que os funcionários questionaram, em tom de brincadeira, a idade do casal, tendo-os aconselhado repetidas vezes a manterem os bens separados e chegaram a suspeitar que Kiara já era casada no Brasil, solicitando documentos que posteriormente seriam enviados ao SEF para verificação. Kiara Leite, advogada de profissão, admite que nunca viveu algo tão humilhante. “O Estado português não pode tolerar isto. Nós, imigrantes, vivemos aqui e somos tratados com respeito.” Quero ser tratada como tal.»
“É por isso que esta denúncia não pode ficar impune”, acrescentou, acrescentando que o casal já denunciou o incidente a vários órgãos anti-racismo e discriminação e se prepara para apresentar queixa ao Ministério Público.

A Casa das Notícias tem tentado por diversas formas uma posição por parte da referida Conservatória, mas sem sucesso.